Na década de 1970, um chimpanzé chamado Nim Chimpsky fez história na ciência e na linguística.
Ele não foi apenas mais um animal de laboratório — Nim foi o protagonista de um dos experimentos mais ambiciosos para entender se os chimpanzés poderiam aprender a usar a linguagem humana.
📚 Quem foi Nim Chimpsky?
Nim nasceu em 1973 e foi criado em um ambiente humano desde muito cedo. O objetivo era ousado: ensiná-lo a se comunicar usando a Língua Americana de Sinais (ASL), uma forma de linguagem visual utilizada pela comunidade surda.
A escolha do nome “Nim Chimpsky” foi uma brincadeira com o nome do famoso linguista Noam Chomsky, que defendia que apenas humanos possuíam a capacidade inata para a linguagem complexa.
💬 A frase histórica de 16 sinais
Durante o estudo, Nim aprendeu mais de 100 sinais e conseguia formar combinações simples para expressar desejos e observações.
O momento mais marcante veio quando ele produziu a frase mais longa registrada de um chimpanzé, composta por 16 sinais consecutivos em ASL.
Embora a frase não fosse gramaticalmente perfeita, ela demonstrou um nível de comunicação simbólica impressionante para um animal não humano.
🔍 O que a ciência descobriu
Os pesquisadores perceberam que, embora Nim fosse capaz de aprender e reproduzir sinais, sua comunicação não possuía a mesma estrutura gramatical da linguagem humana.
Muitas vezes, ele usava sinais para conseguir recompensas — comida, atenção ou brinquedos — mas não desenvolvia conversas complexas.
Isso reforçou a ideia de que, mesmo com grande capacidade cognitiva, chimpanzés não desenvolvem linguagem como nós, mas sim uma forma avançada de comunicação simbólica condicionada.
🤔 Reflexão
O caso de Nim Chimpsky nos faz pensar sobre os limites e as pontes entre a comunicação humana e a animal.
Se a linguagem é um dos pilares que nos distingue como espécie, até que ponto outras espécies conseguem se aproximar dessa habilidade?
E, mais importante: será que a fronteira é tão rígida quanto imaginamos?
📌 Curiosidade final:
O documentário Project Nim (2011) conta em detalhes a trajetória de Nim e levanta questões éticas sobre pesquisas desse tipo.